O tema do risco de cheias e inundações, como o "célebre" exemplo do Mondego (ver aqui) , é um verdadeiro desafio que exige uma reflexão profunda. Este caso em particular espelha bem o resultado de décadas de fraco planeamento territorial e da tomada de decisões de curto prazo, em detrimento de soluções estruturais mais eficazes. O Problema do Mondego A bacia do rio Mondego é uma área propensa a inundações periódicas, que afetam não só as habitações, mas também as colheitas agrícolas, criando um ciclo de prejuízos recorrentes. As pessoas que ali residem ou dependem dos campos de cultivo sabem que, de tempos a tempos, o rio vai reclamar o seu espaço natural. No entanto, o dilema mantém-se: Manter as populações nas zonas de risco : Aqui, a lógica é que as pessoas continuem a viver e a cultivar nestas áreas, mesmo com o perigo iminente. A cada cheia, os prejuízos são elevados — casas danificadas, culturas perdidas e vidas afetadas. Compensa isto socialmente? Não parece justo. R...
A notícia* era do início do ano... Turismo alcançou em 2023 o melhor ano de sempre . Os "Valores da atividade superaram os recordes anteriores em hóspedes, dormidas e receitas" e acreditava-se que, em 2024, os números podiam continuar a crescer (a lgo que será preciso verificar quando o ano terminar, mas palpita-me que SIM!) Um turismo que, apesar de já (felizmente) se fazer sentir em todo o país, continua muito centrado nas áreas urbanas (e, no verão, nos balneares). Uma cidade de turistas ou uma cidade para turistas? Esta é uma questão que se impõe cada vez mais nas grandes cidades europeias, sendo que as “nossas” cidades como o Porto ou Lisboa não são exceções. Com o crescimento exponencial do turismo, a cidade parece estar a transformar-se num palco montado para os visitantes (a “Disneylândia”), deixando os residentes na plateia — ou, pior, fora do espetáculo. Até que ponto uma cidade pode equilibrar estes dois mundos sem perder a sua essência? Por um lado, o...